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O que são Eurobonds e como funcionam esses títulos de dívida emitidos em moeda estrangeira?

Saiba como funciona essa estratégia financeira que protege contra oscilações entre moedas

Investidores que buscam diversificação internacional encontram nesses títulos uma porta de entrada relativamente simples para exposição cambial (Jason Lee/Reuters)

Investidores que buscam diversificação internacional encontram nesses títulos uma porta de entrada relativamente simples para exposição cambial (Jason Lee/Reuters)

Publicado em 18 de junho de 2025 às 16h29.

No mundo das finanças globais, existe um instrumento peculiar que quebra as regras tradicionais: empresas alemãs emitindo títulos em dólares, governos asiáticos captando em euros, multinacionais operando em moedas que não são as suas. Os Eurobonds representam essa revolução silenciosa que conecta emissores e investidores além das fronteiras monetárias convencionais.

O termo pode confundir no início, mas Eurobonds são simplesmente títulos de dívida emitidos em uma moeda diferente da moeda nacional do país emissor. Apesar do nome, não têm relação obrigatória com a Europa ou o euro — podem ser emitidos em qualquer lugar do mundo, em qualquer moeda internacional.

O que são Eurobonds

Os Eurobonds representam uma categoria especial de títulos de dívida internacional. Quando uma empresa japonesa emite títulos na Coreia do Sul denominados em dólares americanos, esses papéis recebem essa classificação, mesmo sem qualquer conexão europeia.

A lógica por trás dessa nomenclatura remonta aos anos 1960, quando os primeiros títulos desse tipo foram emitidos na Europa em dólares americanos, criando os chamados "Eurodollars". O prefixo "Euro" acabou se mantendo por tradição histórica.

Como funciona o mecanismo

O funcionamento dos Eurobonds segue uma mecânica relativamente simples. O emissor escolhe uma moeda internacional forte e lança os títulos em mercados externos, atraindo investidores que buscam diversificação cambial em suas carteiras.

Esses títulos geralmente oferecem taxas de juros pré-fixadas, definidas no momento da emissão. Isso garante previsibilidade tanto para quem emite quanto para quem investe, eliminando surpresas desagradáveis ao longo do tempo.

A negociação acontece em mercados internacionais, permitindo que investidores de diferentes países participem. Essa característica global amplia significativamente a base de compradores potenciais.

Vantagens que chamam atenção

Para os emissores, os Eurobonds oferecem benefícios atraentes. O alinhamento entre a moeda da dívida e as receitas em moeda estrangeira elimina o risco cambial, protegendo a saúde financeira da empresa.

O acesso a uma base ampla de investidores internacionais costuma resultar em condições mais favoráveis de captação. Investidores globais frequentemente aceitam taxas menores em troca da segurança de moedas fortes.

A menor burocracia também conta pontos. Ao emitir os títulos em mercados internacionais, as empresas evitam as regulações específicas do país da moeda escolhida, o que simplifica o processo.

Desvantagens que merecem atenção

Nem tudo são flores no mundo dos Eurobonds. Para emissores que não possuem receitas em moeda estrangeira, existe o risco cambial: se a moeda nacional se desvaloriza, o custo da dívida em moeda forte aumenta proporcionalmente.

A volatilidade das moedas pode criar cenários desafiadores. Uma empresa que emite em dólares durante um período de dólar barato pode enfrentar dificuldades se a moeda americana disparar posteriormente.

Os investidores também enfrentam riscos. Flutuações cambiais podem corroer ganhos, especialmente em horizontes de investimento mais curtos. Além disso, mudanças nas políticas monetárias dos países das moedas escolhidas afetam diretamente a atratividade desses títulos.

Vale a pena investir ou emitir?

A resposta depende fundamentalmente do perfil e dos objetivos de cada participante. Para empresas com receitas em moeda estrangeira, os Eurobonds representam uma ferramenta poderosa de gestão de risco cambial, permitindo maior previsibilidade financeira.

Investidores que buscam diversificação internacional encontram nesses títulos uma porta de entrada relativamente simples para exposição cambial. Contudo, é fundamental compreender os riscos envolvidos e manter uma estratégia de longo prazo.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

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